terça-feira, janeiro 31, 2006

CONSTRUÇÃO DA NOVA BIBLIOTECA. SIM OU NÃO.


Construção da Biblioteca Municipal. Sim ou Não.

Nota: Não estamos contra a biblioteca.

Achamos que um investimento desta envergadura tem que ser vem ponderado.

A biblioteca deve existir, mas adaptada à nossa realidade.

Por isso colocamos estas dúvidas e interrogações, para podermos dar a nossa opinião e depois transmitir ao executivo os resultados.

A futura biblioteca é financiada em 50%. Mas é preciso os outros 50%, e mais todo aquele equipamento necessário para a equipar, pessoal, manutenção, luz, seguros, amortizações de equipamento, etc.

O valor de adjudicação da nova biblioteca é de cerca 1.000.000 €, mais Iva. Este valor normalmente nunca fica por aqui, pois existem as chamadas derrapagens orçamentais.

A nova biblioteca vai ser construída na antiga Escola Primária de V. N. Paiva. O edifício é demolido e no seu lugar vai nascer um “gigante” edifício como podem constatar na foto da maqueta.

Muita gente pode ser levada a dizer, se é financiada a 50% construa-se.

E os outros 50 % que o município terá que suportar. Como se financiam estes 50%??? Vamos recorrer a um novo empréstimo?

E se houver derrapagem orçamental como aconteceu no Auditório.

Não seria mais conveniente adaptar uma sala no Auditório para a biblioteca e com isso dinamizar o edifício em todas as suas vertentes. A poupança gerada não é de reflectir. Os mesmos funcionários, a mesma luz, o mesmo aquecimento, etc (…).

Também sabemos que adaptar uma sala no auditório não é a mesma coisa do que construir de raiz um edifício para a biblioteca.

Mas faça esta reflexão:

O Município tem estofo financeiro para manter dois edifícios similares?

Foi feito algum estudo de mercado que justifique tal investimento? Ou é um capricho?

Que estudos de mercado existem para sabermos o numero de utilizadores que se esperam em média/diária a utilizar a nova biblioteca?

Qual o número de alunos da nossa população estudantil? Está a crescer ou a decrescer?

Será pela simples razão de aproveitar os fundos comunitários. E tem que se gastar por gastar.

O edifício da escola antiga não merecia outro fim?

Gerações e gerações passaram pela escola e não têm uma palavra a dizer sobre a sua demolição?

O Município já não tem burros a mais para tocar? E não corremos o risco de algum burro ficar para trás?


Diga da sua justiça.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

ERA UMA VEZ UMA TERRA CHAMADA CAVAQUISTÃO

Nota: Para visualizar os gráficos clique nas figuras.



Mais uma vez o concelho de Vila Nova de Paiva, demonstrou o seu civismo. Estamos todos de parabéns.

Para não sair da tradição, a direita ganhou as eleições no concelho e o Furacão Laranja passou pelo concelho com toda a sua força devastadora. Para esta brilhante vitória, também foi importante o contributo do CDS/PP e todos aqueles que não se identificavam nos candidatos de esquerda. A todos os Cavaquistas, MUITO OBRIGADO.

Como se pode constatar nos gráficos a Vitória de Cavaco Silva foi esmagadora. Em termos do distrito de Viseu, Cavaco Silva ganhou no concelho de Vila Nova de Paiva com a maior percentagem 77,94 %.

O Concelho de Vila Nova de Paiva pode-se considerar o baluarte Cavaquista do distrito de Viseu. Foi onde o futuro Presidente da República conseguiu a maior votação em termos percentuais no distrito de Viseu.

Ficando na 7.ª posição em termos nacionais.

Parabéns à freguesia de Vila Cova à Coelheira. Cavaco Silva teve 91,4 % dos votos. Também mais uma vez, Vila Cova à Coelheira demonstrou a força da direita. Podemos dizer que Vila Cova à Coelheira é o verdadeiro Cavaquistão do Concelho de Vila Nova de Paiva, do distrito de Viseu e a nível nacional.

Podemos informar os nossos leitores de Vila Cova à Coelheira que o Tribuna Laranja irá informar o novo Presidente da República da votação de Vila Cova à Coelheira. Pensamos que é uma votação histórica e a mais significativa do país. Merece portanto ser destacada e um carinho muito especial.

Não podíamos deixar de falar nos outros candidatos de esquerda. Em especial, Manuel Alegre e Mário Soares.

Manuel Alegre também teve a sua pequena vitória. Parabéns Manuel Alegre pelos seus 11,51 %. Embora abaixo da média nacional.

Mário Soares foi um dos grandes derrotados destas eleições. Teve uma votação muito abaixo da média nacional, com 5,49%. O livro de Rui Mateus “Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido”, teve a sua influência. A arrogância inicial de Mário Soares menosprezando Manuel Alegre e Cavaco Silva, deu “prejuízo”. Tudo isto teve um preço. A DERROTA ESMAGADORA.

Quanto ao Partido Socialista e José Sócrates, foram sem duvida nenhuma os grandes derrotados da noite eleitoral. Foram eles que escolheram “impuseram” Mário Soares, o chamado MASP III.

Pergunta-mos?

Que ilação se pode tirar destas eleições presidenciais?
Qual o papel e a força do Partido Socialista local e nacional?
Quem são os verdadeiros derrotados, no concelho e na distrital?
O que acharam de Sócrates, entrar em directo nas televisões, quando falava Manuel Alegre?
Até que ponto o Partido Socialista foi humilhado.


QUEM SÃO OS VERDADEIROS CULPADOS DESTE DESAIRE ELEITORAL????

Deixa-mos estas questões para debate e reflexão(…).





sábado, janeiro 14, 2006

Quem ganha o jogo?

Já que os Srs da oposição não ficaram satisfeitos com a abertura do Blog e com o assunto inaugural. Colocamos este Post para discutir então assuntos inter-municipais, com maior relevância politica, com a colaboração de um colaborador, que nos enviou por e-mail este Post. Futuramente haverá muitos mais, não se preocupem, existe muita massa cinzenta social democrata no concelho.


O novo executivo, leva pouco mais de 2 meses à frente do Município de Vila Nova de Paiva.

Nestes 2 meses, algumas alterações foram feitas, tais como abertura contínua dos serviços e a solicitação de uma Auditoria às contas do Município. Foram estes os dois principais pontos do novo executivo até ao momento. Que em outras ocasiões terei todo o gosto em falar.

Pergunta-se? As pessoas do PSD e os seus apoiantes estão satisfeitos com estes dois meses de trabalho?

Ou pelo contrário, se são os da oposição que estão mais satisfeitos?

Eis o dilema?

Então vejamos?

Quantos funcionários, ou quantas pessoas, entraram nestes dois meses no Município. Tendo em conta o seguinte: Funcionários reclassificados, estagiários do último executivo que passaram a contratados, ou simplesmente contratados.

Foram cinco (5) funcionários ao todo, que se encontram na situação descrita encima. Mas, vamos ver o seguinte:

Dos cinco (5) funcionários, quatro (4) eram apoiantes ou iam nas listas do PS e um (1), não sei por quem estava.

Agora pergunta-se? Quem saiu a ganhar ou a rir-se até agora? Por vezes ser da oposição é mais benéfico, que é o caso.

Até agora, o PS ganha por quatro (4) bolas a zero (0) e um empate.

Então e se fosse ao contrário. Se fosse o PSD estar a ganhar por quatro (4) a zero (0). A esta hora já tinham feito uma manifestação de protesto e chamado a televisão que era um escândalo. Se com as mesas de voto ficaram “eufóricos” então o que seria se estivessem a levar quatro (4) a zero (0).

Quanto ao Projecto do Progride, vamos ver também a situação. Para quem não sabe este projecto tem como entidade executora as “Caritas da Queiriga” da qual faz parte da direcção dois membros destacados do Partido Social Democrata.

A Srª Coordenadora do Progride, que transitou do último executivo, fazia parte das listas do PS.
Teve a hombridade de colocar o seu lugar á disposição, perante o Sr. Presidente do Município, mas foi reconduzida no cargo. Aliás acumula também a responsabilidade do Ensino Recorrente.

A equipa técnica, é constituída por três (3) pessoas: Entrou uma senhora, que ao que se sabe é de Lamego e é namorada, dum dirigente da JS de Vila Nova de Paiva e membro da Assembleia Municipal pelo PS; uma senhora de Viseu, que já era contratada pelo Município à uns anos, mas que não se sabe as orientações politicas da senhora e outra senhora, e esta sim, era apoiante do PSD.

Também aqui, o PSD perde em toda a linha!!!

Pergunto aos Srs da oposição? Do que se queixam? Ainda não chega? Estão agora preocupados com as mesas de voto, quem fica ou quem não fica. Ou queriam os mesmos de sempre de à oito (8) anos. Nas eleições presidenciais o Sr. presidente do Município é que escolhe as mesas. Mas também lhe digo uma coisa, se o que os preocupa é isto? Podiam ter dito mais cedo que alguns cediam o lugar deles, e se calhar até pagavam para não estar lá.

Mas também deve ser chato estar à noite a contar só votos do Cavaco. Por isso até haviam de agradecer ao Sr. Presidente, que teve pena de algumas pessoas saírem com uma grande dor de cabeça e uma cabeça de melão.

Cumprimentos

quinta-feira, janeiro 12, 2006

O POLVO

Os textos que se seguem, foram publicados por Joaquim Vieira na coluna semanal da Grande Reportagem - Os Passos em Volta - durante o passado mês de Setembro. Duas notas prévias: A primeira, para introduzir um ponto que Joaquim Vieira não refere - presumo, devido ao gap temporal - que António Maximiano Rodrigues integra a Comissão de Honra da actual recandidatura de Mário Soares.

A segunda, para lamentar que a Grande Reportagem - de que Joaquim Vieira já não faz parte - cessará a sua publicação no final do ano.



O Polvo (1) - GR 243, de 20050903 Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue esta candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: após a edição de Contos Proibidos – Memórias de um PS Desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus, o livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República. Em síntese, que diz Mateus? Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha. Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança. Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares. Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares.COM SOARES, JÁ NÃO HÁ MORAL PARA CRITICAR FERREIRA TORRES, VALENTIM OU FELGUEIRAS. Que, no exercício do seu «magistério de influência» (palavras suas, noutro contexto), convocou alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.Note-se que o «Presidente de todos os portugueses» não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar de os contribuintes suportarem despesas de estada.Que moral tem um país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras, se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações?E que foi feito dos negócios do Presidente Soares?

O Polvo (2) - GR 244, de 20050910 A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente, foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas que fizera do outro depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos.Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos media: daí o convite inicial para Silvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o Governo) visitar Belém. Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento.A ÉTICA POLÍTICA É UM VALOR PERMANENTE, E AS SUAS VIOLAÇÕES NÃO PRESCREVEMSoares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a sua associação a «amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares», com vista a «garantir o controlo de interesses nos media favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição».Interpôs-se porém, outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais.Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu «mensalão». Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção. Mas a ética política é um valor permanente e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares. O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais.

O Polvo (3) - GR 245, de 20050917 A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava «com muitas dezenas de milhar de contos “oferecidos” por Robert Maxwell (...), consideráveis verbas oriundas do “ex-MASP” e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos».Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território Administração Pública e negócios privados.Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como «um dos grandes vigaristas internacionais», recua.O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa.O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu, noutro contexto, a Manuel Alegre.O DINHEIRO DO FAX DE MACAU DESTINAVA-SE «A QUEM O PRESIDENTE DECIDISSE»Mas antes resiste, recusando devolver as acções e emperrando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa alemã reclama por não ter contrapartida dos 250 mil euros pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio de um fax a Melancia exigindo a devolução da verba. O Governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala.Então, Mateus dá o documento a O Independente, daqui nascendo o «escândalo do fax de Macau».Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Mas o processo é inevitável.Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores.Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de «dádiva política») não se destinou de facto a Melancia, mas «à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse». Quem, afinal, deveria ser réu?

O Polvo (4) - GR 246, de 20050924 Ao investigar o caso de corrupção na base do «fax de Macau», o Ministério Público entreviu a dimensão da rede de negócios então dirigida pelo Presidente Soares, desde Belém.A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, procurador-geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares. Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse passo era abrir a caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos, não só do Ps mas também do PSD – há quase uma década repartindo os governos entre si.A previsão era catastrófica: operação «mãos limpas» à italiana, colapso do regime, república dos juízes.Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o Governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros.INVEROSÍMIL? NADA FOI DESMENTIDO PELOS ENVOLVIDOS, NEM NUNCA SERÁ.Entretanto, Já Robert Maxwell abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente.Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista, intenção que, segundo relata Rui Mateus em Contos Proibidos, o magnata dos casinos de Macau lhe comunica «após consulta ao Presidente da República, que ele sintomaticamente apelida de boss».Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma «presidência aberta» que este efectua na Guarda.Acrescenta Mateus no livro que o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau, lançado ainda por Melancia, e onde estavam «previstos lucros de alguns milhões de contos».Com estas operações, esclarece ainda Mateus, o Presidente fortalecia uma nova instituição: A Fundação Mário Soares.

O Polvo (conclusão) - GR 247, de 20051001As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos, tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos.Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela «traição» a Soares (uma tese académica elaborada depois por Edite Estrela, ex-assessora de imprensa em Belém, revelou as estratégias de sedução do Presidente sobre uma comunicação social que sempre o tratou com indulgência).Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio: comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível.Quando o livro saíu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus - todos recusaram.A omertà mantém-se: o desejo dos apoiantes de Soares é varrer para debaixo do tapete esta história (i)moral da III República, e o próprio, se interrogado sobre o assunto, dirá que não fala sobre minudências, mas sobre os grandes problemas da nação.

O ANÚNCIO DA RECANDIDATURA DE SOARES VEIO ACORDAR VELHOS FANTASMAS

Com a questão esquecida, Soares terminaria em glória uma histórica carreira política, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas.O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwel. Na cerimónia do Altis, viam-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ilídio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell.Dos notáveis próximos da candidatura do «pai da Pátria», há também homens da administração de Macau sob tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS; Ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com dinheiros de Stanley Ho.Outros ex-«macaenses» influentes são o Ministro da Justiça Alberto Costa que, como director do Gabinete de Justiça do território, interveio para minorar os estragos de um caso judicial que destapou as ligações entre o soarismo e a Emaudio, ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, Santos Ferreira, que o governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.

Será o polvo apenas uma bela teoria da conspiração?

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